Embora presente em todos os setores da economia, a sustentabilidade tem destaque quando o assunto é geração de energia. Isso porque esse é um dos setores que mais impactam o meio ambiente.

Nesse contexto, fontes renováveis de energia são um dos eixos centrais para um desenvolvimento sustentável. A recuperação econômica do mundo pós-Covid-19 levará isso em questão.

A energia solar, por exemplo, tem relevância quando o assunto são os critérios ESG. Isso ocorre porque é uma fonte competitiva, silenciosa, de baixa manutenção e que não polui durante sua operação.

Dentre as limpas, a fonte solar é a que apresenta maior crescimento, liderando o setor elétrico global em novas usinas de geração de energia. O Brasil, nesse aspecto, surge como um investimento interessante, pois o país tem um dos melhores recursos solares do planeta.

Os eventos climáticos cada vez mais extremos e a elevação do nível do mar são sinais inequívocos de um dos maiores desafios do nosso tempo: as mudanças climáticas. Ao mesmo tempo, cerca de 850 milhões de pessoas ainda vivem sem acesso confiável à eletricidade, que é a base do desenvolvimento sustentável.

Estes são tempos difíceis. As empresas precisam de soluções inovadoras para ter sucesso, além de soluções individuais que se adaptem às suas estratégias de descarbonização.

As tecnologias inovadoras são fundamentais para combater as mudanças climáticas. A transição energética é uma grande mudança e desafio, mas com muito potencial. Todos teremos que contribuir e aceitar as mudanças em nosso ambiente.

O mundo está faminto por energia e as mudanças climáticas exigem emissões mais baixas. Mas a transição energética leva tempo. Não é uma milha noturna.

Com 50 anos de fundação, incrustada no nordeste do Brasil – na cidade de Fortaleza, a Universidade de Fortaleza – UNIFOR, tem sido modelar na transição energética. Painéis solares na área de estacionamento do campus e uma ampla cobertura vegetal não apenas geram eletricidade, mas também criam oportunidades de pesquisa ambiental em uma cidade densamente habitada, em constante expansão e constantemente afetada por secas recorrentes.

No início desse ano, a UNIFOR ativou a sua usina solar instalada na “coberta” de um novo estacionamento. O equipamento tem 5.580 placas solares instaladas em uma área de aproximadamente 22 mil m², com capacidade para gerar uma economia de energia  - no pico do dia - de 2.1 MWp.

A geração solar impacta, além da descabonização, uma economia direta entre 25% e 30% do consumo de energia elétrica da Universidade. Além disso, a usina gera energia para pontos de abastecimento de carros elétricos no campus. 

É inspirador o modelo da transição energética que a UNIFOR experimenta. Só reforça o comprometimento da instituição no uso de tecnologias eficientes e confiáveis ​​para transformar o mundo. Os investimentos vão mais além do que uma suposta pegada do carbono, aliás, uma forte tendência de investimentos no ensino superior global, mas é uma lupa no comprometimento de formar gerações onde os benefícios sociais e ambientais fazem parte do DNA da Universidade.

Ah, ainda tem a cobertura vegetal do campus! De orquídeas, flor de lótus até vitórias-régias Nesta imensa cobertura vegetal, mais de 225.000m2, é possível uma plena convivência, integração e conexão com um ecossistema de grande diversidade de plantas, florescendo durante todo o ano.

À guisa de ilustração, de acordo com inventário ambiental realizado em 2008, só o entorno do prédio central da reitoria da UNIFOR abriga mais de 90 espécies vegetais.

Nada melhor que um laboratório a céu aberto para todos: alunos, pesquisadores e sociedade. É nesse ambiente que as portas da sustentabilidade, o legado de longo prazo, permanecem ainda mais abertas. O foco está na aprendizagem experiencial, essa com certeza é o maior retorno sobre o investimento. 

 

Haroldo Rodrigues

Sócio-fundador da investidora in3 New B Capital S. A. Foi professor titular e diretor de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação da Universidade de Fortaleza e presidente da Fundação de Amparo a Pesquisa do Ceará.